Monday, September 14, 2009
Gravity
De regresso...o mundo continua belo apesar de tudo...
Wednesday, December 17, 2008
Canário
Inxalá
Carlos Quiroga
Monday, October 20, 2008
Recuso-me a reger os meus dias pela iminência de mais uma perda...!
Mulher feitiçeira, mulher com coragem sem fim...? Não sei se se perdeu dentro de mim, mas não lhe sinto a vida como antes, pulsante no meu sangue... e resolvendo seguir adiante na certeza de melhores dias e dos muitos caminhos, sorrisos e abraços que ainda tenho para receber, do simples e imenso êxtase de estar viva e receber da terra mãe as forças para manter o equíbrio.
E os dias correm mas jamais serão completos enquanto sentir dentro as lágrimas frias, que agora têm dificuldade em sair, em rios de sentimentos como antes, quando nunca deixava acumular mágoas e feridas e as chorava literalmente até à exaustão, para depois renascer!
Sinto-me de tal modo frágil, vitima de distâncias que nunca procurei, que tenho sonhado frequentemente que estou emlabada no colo de um gigante que bem podia ser Deus e que trata de curar todas as feridas, que a necessidade de um mundo com mais afectos e a sua ausência real causa em mim. Deus! Ele que nos deixou o desafio de dar sem esperar receber e que nestas alturas parece impossível de cumprir.
É realmente grande o desafio de viver sem esperar receber e maior ainda o de perceber que para lá de toda a a nossa dor e mundo pessoais, a responsabilidade de dar é permanente.
Quando isto acontece acabamos por ficar magoados com os que nos são próximos por não perceberem o que se passa connosco e a nossa necessidade de receber. Por outro lado ao demontrar isso, impulsionamos nessas pessoas, que são o cerne da nossa vida, sentimentos de culpa, por se terem elas também perdido nas suas tempestades, sem atenderem prontamente à tempestade do lado.
Como gerir tudo isto e não deitar fora as partes boas da vida durante uma fase crítica? Como dar sem limites, quando estamos tão carentes de receber? Que desafio à transcendência!
Tenho estado fechada na minha carapaça a curtir a minha dor, apesar de parecer circular por ai com todo o ar da minha graça. Também me senti sozinha e imcompreendida por todos... fora do mundo, como costumo dizer e por isso inconscientemente calei tudo o que a alma sentia desordenado. No momento não sei sequer se sou capaz de abrir a tampa da concha para espreitar o mundo cá fora, onde não existem afinal as coisas como até hoje as percebi.
Tantas necessidades internas e depois as necessidades externas dos que me rodeiam. Se calhar não consigo corresponder ao que esperam de mim. Talvez seja um fracasso emocional, apesar de pensar que sou muito sensível aos outros e aos sentimentos.
Niguém identificou a minha capacidade de amar e o amor que realmente sinto, só porque não estive e não o demonstrei de uma forma corriqueira e facilmente imaginável, replicável do mais hollywoodesco dos cenários.
O amor é maior e deve deixar de se reger pela expectativa...
As vezes esperamos que as pessoas adivinhem como estamos e que respondam às nossas necessidades, outras só aceitamos o seu amor se ele for exactamente como o imaginamos ou como doamos o nosso.
Será que vale a pena ferirmo-nos uns aos outros, consciente ou inconsientemente, quando o que precisamos é descentrarmo-nos de nós para perceber que o outro também sente e sofre como nós e que por isso se perdeu nessa torrente de lágrimas internas ou externas, num cantinho só do seu mundo, ora não querendo ver ninguém, ora necessitando de todos os abraços?
Estou triste como à muito tempo não estava e isso irrita-me, pois não consigo aproveitar as coisas boas que simultaneamente às más me vão acontecendo. Sinto-me impotente, pois não consigo ter forças para me dar aos que amo como eles precisam, ora por não reconhecer as suas necessidades, ora por não ser capaz de enfrentar algumas situações.
Sei que preciso ter coragem e voltar a vestir a minha pele feitiçeira para ir á luta, que mais tarde ou mais cedo preciso de descobrir num dos meus muitos Cd’s de mp3 datados de longe e de tão perto, umas faixas que ainda não tenha escutado e que me levem a navegar junto aos passos que fui dando na areia, de forma a poder voltar a contemplar as imagens e as recordações, os objectos...voltar a sentir os cheiros e as sensações, recolocar a minha pequena cadeirinha e a bussola no lugar onde as coloquei antes, sem que isso me fira primeiro a vista e depois o coração.
Preciso mesmo de enfrentar os meus passados e de consolar todos os fantasmas, retirando deles tudo o que de bom me fizeram viver e sentir, transplantando só essas virtudes para o futuro que me aguarda.
Para isso preciso chorar ainda um mar, que se tem recusado a sair e que me força a fingir que está aparentemente tudo bem. Pois bem... recuso-me a continuar a vida neste corre corre em que sei que uma parte de mim partiu para sempre... mas nada faço para cuidar desse lugar vazio, nem para pensar em maneiras de o voltar a preencher! Recuso-me a continuar a ignorar que esse lugar ainda lá está e que afinal não está assim tão vazio, mas sim preenchido de restos naufragados que posso recuperar e cuidar, agora que sei que jamais sairão de mim...
Recuso-me a reger os meus dias pela iminência de mais uma perda...! Afinal se quisermos nada se perde...
Sei que posso ser feliz sem essa parte de mim que partiu e com as partes que nunca cheguei a construir, por entre os precalssos da vida... Sei que a porta estará sempre aberta para que elas voltem a entrar ou para que finalmente eu as reconstrua num sentido positivo ou elas se contruam, mas tenho que ter presente de que não depende só de mim que essas partes, agora à deriva, queiram fazer de alguma forma ainda parte da minha vida...
Sei que posso cuidar desse espaço e que tenho que sobreviver a todas essas possibilidades... mesmo às que fecham a porta pelo lado de fora, pelas que ficarão pela ombreira da minha porta, sem querer voltar a cruzá-la e a reinventar toda a energia que sinto espalhada pelo ar ou pelas que partirão por que chegou o seu tempo...
Sei que tenho que libertar a cada dia um pouco destas lágrimas que me percorrem internamente e deixar sair aos poucos uma dor que quis guardar...
Serei dela merecedora, mas tenho o direito de sorrir e envergar os braços abertos ao sol, na praia que nos viu nascer e aproveitar cada segundo com um sorriso, sem que isso signifique por dentro angustia e incerteza, a cada segundo, face às batidas soltas ou loucas de cada coração!
Wednesday, October 1, 2008
Thursday, September 25, 2008
Pelo que me faz falta mas a cada dia se afasta...
O que será que vem a seguir a não aguentar mais...?
Espero não ter ainda de saber...
O desprezo é um veneno para os dias e a distância uma miragem quando não se avista nada!
Estou prestes a ceder não sei bem a quê, a que vontades, desejos e lágrimas de chorar o eu cá dentro escondido, entre o que sente como raizes de semente a perfurar a terra, teimando em deixar a sua marca e a estender os seus ramos frondosos para fora de mim...
Nem esses ramos tocam aquilo que preciso.
Nem eu sei onde encontrar a paz e a sensatez de me imiscuir desta sofreguidão da alma pelo que não posso ser, não posso ter, pelo que me faz falta mas a cada dia se afasta numa clara expressão de querer e não querer!
E acho mesmo que não vou aguentar mais...
Tuesday, September 16, 2008
dor da perda
Saudade, necessidade de a contar...
Certeza! Sensação de vazio!
Aquilo que vivemos muda a gente, mas não o que se sente.
A vida não volta a ser a mesma, é como o leito de um rio...
Nada ficou, nem que preso por um fio...
Quais os erros, quais as virtudes?
Daqui já nada avisto, nem mentiras, nem verdades, nem sossegos,
a não ser dor, sempre a mesma...
a que vem da permanência do amor...
Que é feito dos momentos de calor?
Das retinas a brilhar?
Do que não existe para contar!?
Wednesday, September 3, 2008
Saudades
Dor que é passado que ainda não deixou de ser saudade, nesta parte de mim que sinto para lá do pranto do coração a transbordar pelos olhos.
Monday, August 4, 2008
Humanidades
Nasci colorida por muitas cores
Wednesday, July 30, 2008
A uma ausência...
Wednesday, July 23, 2008
Uma resposta em nenhuma pergunta!
Friday, July 18, 2008
Longe do mundo...
É esse crer básico que me afirma que tudo é uma coisa só e que podemos aceder à energia e atracção que une a criação, que me acalma e que me mostra que tudo permanece acessível e que é possível gostarmos de nós, como realmente somos e dos outros como eles se apresentam...
Esse crer que me fez deixar de chorar os passados, porque eles simplesmente não existem, afinal demorei tanto tempo a perceber que tudo se encontra irremediávelmente ligado e vivo ao infinito.Tudo o que vivemos continua no presente a emanar um sentido para a vida...
Pela primeira vez não falo melancólica das dores da alma e depois de receber notícias de outros momentos sinto-me capaz, de humilde, pedir perdão pelas magoas injustas causadas ao longo do caminho, por causa do meu egoísmo afunilado, que me impedia a verdade. Sinto agora que posso deixar que ouçam sem palavras, aquilo que prometi calar ou que não sei expressar de mim, do que sou e sinto...
Senti vibrar dentro de mim certezas, que fizeram partir a dúvida e laços que se preservam e pensava perdidos. Enfim, percebi...
Senti o poder do olhar, desses lugares que mostram a alma e sem descrições ou demonstrações confirmei a voz que me falava ao coração! Podem chamar-me básica, mas na verdade as coisas básicas e simples sempre foram essenciais à vida, para que a harmonia e os afectos tenham lugar. E foi através das raízes básicas do amor que sempre resolvi anseios e problemas...
Sei que não vale hoje a pena complicar os momentos ou lutar contra eles e só me escapa a calma, porque verifico ainda em seres que amo a busca perdida desta luz salvadora e cósmica.
Uma luz que ajudei a apagar... mas que quero ajudar a reacender!
Longe do mundo das máscaras todos sabemos, que nada do que se diz e que acaba por magoar é afinal uma verdade sentida... que as defesas se usam na guerra, quando afinal desesperamos pelos abraços prolongados dos afectos...
E se as paixões se esvaziam, o amor à vida e aos que comigo a partilham será eterno e uno sem que nada o possa por em causa! É dura a vida quando vivida em nome do amor, mas longe do mundo que os olhos podem ver, depois de tocar novamente os corações amados e perceber que estamos unidos, para lá de todos os acontecimentos, não há mais espaços vazios nem falta de felicidade...
Eis o meu simples e básico segredo para ultrapassar a dor e curar as feridas!
Monday, June 23, 2008
Tiros no pé...
Foram ausências com que não contava e que surgiram sempre depois de a minha imaginação e espírito livre, o meu coração aberto se entregar a amar... Sei hoje que tiveram uma razão, mas nunca percebi porque não podia contar com o ombro amigo, do sangue que une os irmãos ou com o aconchego de um abraço apertado e frequente de um pai, quando esses momentos eram necessários e me pareciam naturais!?
Nunca percebi porque selei a fogo, ao luar e a preces, amizades e amores infinitos que para mim continuam vivos dentro, eternos, mas cujos personagens partiram para bem longe sem deixar rasto... nunca percebi os tiros que dei no pé quando encontrava um lugar, que me preenchia, e abria a porta das gaiolas para deixar fugir esses passarinhos de emoção, dispostos a cantar para mim?!
Na aparência das circunstâncias, todos os que amei e de quem a minha alma tinha sede estavam por perto, mas no fundo, aos poucos foram-se tornando cada vez mais inacessíveis à minha necessidade de afecto e a tudo o que tinha para lhes dar... Umas vezes partiam inexplicavelmente... de outras tinha eu motivos para os deixar partir, sempre com o desejo de uma próxima visita e com a mágoa do seu não regresso inevitável...
No fundo o meu vazio era egoísmo e queria sempre mais do que estava disposta a oferecer. E tantas vezes me forçei a tentar esquecer a necessidade de receber e nem mesmo assim fui capaz de dar incondicionalmente. Antes, fechei-me dentro de mim com as minhas mágoas, dores e com as memórias dos momentos, em que essas perdas ainda não existiam e as relações eram plenas... E quanto mais corria atrás da salvação dessa energia vital dos afectos, mais ela me escapava das mãos e a sensação de distância, vazio e impotência face aos acontecimentos acabava por me preencher os dias.
Posso dizer que já sofri ausências de todo o tipo e sempre foram afectivas, na família, nos amores e amizades, no trabalho...mas houve sempre um lugar que não se desgastou, apesar das crises e convulsões...Um lugar que alguém deixou sempre aberto para mim, apesar das diferenças e da forma diferente de sentir e encarar a vida, à qual nem sempre soube ser grata, onde nem sempre depositei tudo o que tinha para dar...um lugar de onde já exigi muito, num tempo em que fugia a mais tiros no pé!
Um lugar calmo onde repousar de todas as ausências sentidas e todos os lugares vazios, que gostaria de manter preenchidos, um ser que me completa e me aceita como sou e que sempre permaneceu ao meu lado, demontrando prazer ao meu toque, ternura face às feridas causadas pelos inumeros tiros que fui dando nos pés, devido às carências e inseguranças.
Um ser que demontra luz e felicidade face ao som da minha voz e à possibilidade de podermos para sempre dormir aninhados, enlaçando os nossos sonhos, que me suporta para que possa concretizar os meus planos e realizar-me, que sinto às vezes contemplar-me embebecido, como se eu fosse o mundo!
Um lugar aparentemente calmo e pacato, que a minha natureza me levaria a rejeitar, mas que por trás do pano onde só eu e ele sabemos os bastidores, se encontra preenchido de aventuras emocionais, de inteligência, projectos, amor, perdão e coragem, que percorre o mundo a caminho ou apenas sobre as almofadas da imaginação. Uma história que julguei nas alturas de crise, um lugar comum, mas que afinal é uma contrução unica e só nossa, um templo divino, que aprendo dia a dia a respeitar e a preservar.
Compreendo hoje esse destino comum à humanidade... essa necessidade de sentir a ausência para que possa alcançar a unidade de tudo e a realidade feliz de nunca estarmos sozinhos, no percuro semelhante a um rio que não para de correr, mas onde as mesmas águas só passam uma vez pelo mesmo lugar, contudo, moldando as margens para que se tornem perfeitas como trilho... Afinal todos os momentos são importantes!
Compreendo hoje essa necessidade de sentir a ausência, para que possa dar valor às presenças contantes e amantes que deixamos de ver, quando nos descentramos da capacidade de amar! Sei agora que é possível ser feliz suportanto a dor dessas ausências e de todas aquelas que ainda vivem em mim e das que estão por vir, transformando-as em seiva e alimento que me reforça, para continuar até um dia ver o mar...
Agora sei onde encontrar tudo o que preciso! É nas margens do caminho que permanecem as recordações das presenças, das amizades, laços e paixões que foram com a maré... Hoje sei que posso sentir a plenitude da vida e deixá-la cobrir o meu ser, porque para regressar a essas histórias e torná-las presenças vivas, basta deixar a corrente por uns instantes e percorrer a pé o percurso da margem, até ao lugar do passado onde quero voltar... para ali ficar e acariciar os momentos da minha vida como pedras preciosas... Afinal não há tempo, somos aquilo que somos e tudo é uma coisa só... É mais fácil realizar o caminho sabendo que nada se perde, mas que apenas tudo evolui e se transforma, sabendo que as ausências humanas nada valem à luz da presença divina, criadora e constante a meu lado e a essa lugar, a esse ser humano como eu, mas que posso chamar de amor, de casa e de porto seguro para ganhar forças e seguir...
Ah! Também descobrir que para amar são mesmo necessários muitos tiros no pé, mas que nesses momentos alguém nos carrega ao colo e nos deposita nas águas, que acalmam dores, vontades, desejos e paixões e nos ajudam a descolar dos caminhos que deixamos para trás na certeza de saber escolher!
Monday, June 16, 2008
Deixei de ter insónias...
Agora e de há uns dias para cá durmo um sono de sonhos, que começam a ecoar nas horas acordadas. Retiro dessas noites encaloradas a força inconsciente para viver e contar a história, para realizar o que sou, com gosto e vontade de o ser mais... Demonstrar a existência de algo que lembra a omnisciência do ser, que colecciona memórias de outras vidas, num canto de amor.
Na fronteira entre o êxtase e a dor, regressar ao centro, certa dos passos dados, das festas sentidas, das danças e da musicalidade da esperança.
Afinal a escolha do que ai vem está tão acessível como as recordações, como as canções que recordo da infância e que me acalmam o pânico de outros dias, em que me achei perdida e distante das benéficas vibrações que tudo unem.
Sinto o cheiro das rosas no ar e das amoras a popular-me nos lábios e podia esta ser uma noite quente sobre a areia fria, mas ainda há bilhetes para muitas viagens que quero e posso fazer.
Tão bom que foi tirar estes dias, este tempo que não há só para mim, para estar pelas paredes dos afectos e acariciar os que comigo partilham a vida, para pensar e recordar sensações e outras pessoas e momentos marcantes, de forma feliz e chorar mas de alegria pelo sangue que me corre nas veias, ao som de músicas que dizem tudo sobre mim, sem nunca o seu autor me ter conhecido.
Foi bom sorrir através das banalidades da vida, aceitar o risco de viver e acordar de bom humor, brincando com coisas de nada que tudo fazem pela felicidade e agradecer a força que me fez seguir em frente e que na maioria dos dias não reconheço.
É bom saber do poder de prever regressos quando for a hora e aprender que às vezes vale a pena escutar o coração e sentir o espírito pulsar de um destino traçado, mas que podemos moldar, de missões a cumprir sem que o sacrifício e a abnegação doam onde e quando não devem amargar na alma.
Hoje e de alguns dias para cá, sinto-me mais livre para fazer o que quero, sem pressas, sem sobressaltos, sem a ânsia do momento e da obrigação seguinte e posso estar aqui a escrever sem que este momento perca o valor pela preocupação com o dia de amanhã.
Sei que vou crescer e escrever até ao último suspiro e até que reencontre toda a sabedoria que não sei em mim e que me une a tudo o que necessito, desejo e que me faz feliz!